Gaza

diante da história

Enzo Traverso

A destruição de Gaza é simplesmente uma resposta ao ataque de 7 de outubro de 2023 ou é mais um estágio em um longo processo de desapropriação e erradicação? É antissemita dizer que esse massacre assumiu características de genocídio? Para responder a essas perguntas, precisamos esclarecer o significado das palavras «antissemitismo» , «sionismo» e «genocídio» e traçar a genealogia dessas noções, libertando-nos da narrativa convencional e essencialmente orientalista que retrata Israel como uma ilha democrática em um oceano obscurantista e o Hamas como uma horda de bárbaros sedentos de sangue.

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Descrição

Israel é geralmente descrito como uma ilha democrática no meio de um oceano obscurantista e o Hamas como um exército de bestas sanguinárias. A história parece remontar ao século XIX, quando o Ocidente perpetrou genocídios coloniais em nome de sua missão civilizatória. Suas premissas essenciais permanecem as mesmas: civilização versus barbárie, progresso versus intolerância. Juntamente com as declarações rituais sobre o direito de Israel de se defender, ninguém jamais menciona o direito dos palestinos de resistir a uma agressão que já dura décadas. Mas se, em nome da luta ao antissemitismo, uma guerra genocida é desencadeada, são as nossas próprias bússolas morais e políticas que são ofuscadas. São os pressupostos morais de nossa consciência a serem minados: a distinção entre o bem e o mal, o opressor e o oprimido, os carnífices e as vítimas. O ataque de 7 de outubro foi atroz, mas deve ser analisado e não apenas condenado. E devemos fazer isso reunindo todas os instrumentos críticos da pesquisa histórica. Se a guerra em Gaza terminar em uma segunda Nakba, a legitimidade de Israel ficará permanentemente comprometida. Nesse caso, nem as armas americanas, nem a mídia ocidental, nem a memória distorcida e ultrajada da Shoah serão capazes de redimi-la.

Enzo Traverso é um dos maiores especialistas em história política e intelectual do século xx. Após o doutorado na École Pratique des Hautes Études en Sciences Sociales (ehess) de Paris, foi professor de ciência política na Universidade de Picardie em Amiens. Atualmente é professor na Universidade de Cornell, em Ithaca (Nova York). Dele a Âyiné publicou "Melancolia de esquerda" e "Onde foram parar os intelectuais?".

Ficha Técnica

  • Peso
    300 g
  • Tradução
    Pedro Fonseca
  • Dimensões
    10 cm x 2 cm x 20 cm cm
  • Capa
    Julia Geiser
  • Projeto Gráfico
    CCRZ
  • Ano de Publicação
    2024
  • Páginas
    104